
1982 foi o ano em que o movimento punk explodiu em São Paulo. Era o lugar certo na hora certa. Aquele ano todo, desde o começo, com os punks recolocando a Galeria do Rock e o Largo de São Bento no mapa da mídia, São Paulo, uma das cinco maiores cidades do planeta (ao menos em densidade demográfica), e com lançamento do primeiro vinil punk brasileiro, o "Grito Suburbano", entre outros acontecimentos punks, 1982 fez o movimento explodir.

Tretas, desavenças e desacordos sobravam, mas também - e sobretudo - muita união e fraternidade.
O país ainda sob o regime militar, e na ignorância da polícia e dos desinformados em geral, as forças punks se uniram, se fez notícia o tempo todo e o ano só podia culminar gloriosamente com o mais perfeito festival no gênero faça-você-mesmo até então realizado no planeta.

Nos dias 27 e 28 de novembro, no recém inaugurado SESC Pompéia, "O COMEÇO DO FIM DO MUNDO". O festival já impactava pelo título. Que profecia era aquela, que "fim de mundo" era aquele? A mídia queria saber. A mídia e o povo.

Tretas, claro, no festival rolaram algumas - e bastante teatrais para que a polícia montada aparecesse para fazer seu número e a mídia sensacionalista manchetar, com destaque no Fantástico e nas primeiras páginas dos jornais. De resto, o festival e o movimento punk paulistanos foram notícia na imprensa do mundo inteiro. Mas o que deixou o pessoal lá fora perplexo e fascinado foi a imagem de que no Brasil os punks se entendiam, era de fato um movimento e com certeza fariam forte presença no fim do mundo pois se mostrara presença una e fortíssima no começo desse fim. 1982 foi o ano.

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