quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sobre o famoso toque de recolher

Ao menos 21 cidades de oito Estados do país já tiveram decretado pela Justiça, a medida que restringe a circulação de adolescentes à noite pelas ruas. Fernandópolis e Mirassol são exemplos de municípios que proibiram a presença de menores de 18 anos nas ruas após as 23h.

O Toque de recolher, famoso à época da ditadura militar, talvez não por mera coincidência, sendo um mecanismo de cerceamento de diversos direitos inerentes às pessoas, entre eles o que tange a liberdade de ir e vir.

É preciso ressaltar que crianças e adolescentes, e não só adultos gozam de todos os direitos individuais inerentes à pessoa (de qualquer idade) porque tratam-se de direitos fundamentais arrolados no art. 5 da CF/88, tais como o direito de ir e vir, ferindo a liberdade individual que pertence à pessoa no momento em que ela nasce com vida.

Não obstante, devo ressaltar que leis municipais, estaduais são leis ordinárias e à luz do art. 5, II da CF/88 "ninguém ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei." e lei aqui se interpreta, em consenso geral, em strictu sensu, ou seja, em sentido restrito a Constituição Federal... O direito à liberdade e exercício pleno de direitos individuais e fundamentais, garantidos pela constituição, de crianças e adolescentes está contemplado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em seus arts. 15 e 16, I , lembrando que o termo "legais" deve ser entendido em strictu sensu.

Além disso, o toque de recolher fere o Princípio da Igualdade ao dispensar a todo adolescente tratamento que deveria ser dado somente àqueles praticam atos ilegais, o que deveria ser fiscalizado e repreendido pelas autoridades policiais, trabalho este que acaba mascarado pelo toque de recolher.

Cabe aos pais ou responsáveis legais pelos jovens a determinação de horários para permanência fora de casa dos mesmos.
Aqueles que não têm por objetivo cometer qualquer espécie de ato ilegal, e deve-se considerar que formam a maioria, são prejudicados em sua dignidade (ao serem levados ao mesmo patamar de jovens marginais) e em seus direitos de igualdade e liberdade uma vez que não se pode jamais esquecer os direitos que nos são inerentes, adultos ou não.

Os pais desses jovens, que apóiam a medida ditatorial imposta, provavelmente ainda se lembram do que passaram eles mesmos durante a ditadura militar, alguns perderam familiares, amigos ou viram os mesmos voltando de prisões e do exílio naqueles tempos de horror, e ao permitirem que seus filhos sejam submetidos a este tipo de medida estão sujeitando essas crianças a tratamento semelhante ao que lhes era dispensado nos anos de chumbo.

Além disso, deve-se ressaltar que medidas como essa apenas mascara um serviço policial ineficaz, medidas sociais e de segurança pública que deixam muito a desejar. Como diz-se popularmente é uma forma clara de tentar “tapar o sol com a peneira”.

Mas se os pais desejam ver seus filhos reprimidos por uma ditadura camuflada de segurança, como eles mesmos o eram a cerca de 30, 40 anos e apoiar a falta de vontade real que toma conta de seus políticos e membros do judiciário (porque exigir que se façam coisas realmente úteis e eficientes é dever da sociedade que elege seus representantes) então, estão em um bom caminho.

Direitos básicos do ser humano.

Antes mesmo de o coração começar a bater no útero, todo indivíduo possui uma lista de DIREITOS BÁSICOS, intrínsecos ao SER HUMANO. Confira:

01. DIREITO DE TER: É o direito fundamental de estar aqui, o que se desdobra no direito de ter o que precisamos para sobreviver. Quando nos são negadas as necessidades básicas de sobrevivência - alimento, roupa, abrigo, calor, cuidados médicos, ambiente saudável, toque físico - nossos direitos de ter são ameaçados. Como conseqüência, provavelmente questionaremos esse direito ao longo de nossa vida, com relação a muitas coisas, desde dinheiro e posses até amor ou reserva de tempo para nós mesmos.
PERGUNTE-SE: Sinto-me uma pessoa segura? Estou me sentindo com estabilidade? Tenho confiança no mundo? Tenho minhas necessidades de sobrevivência adequadamente satisfeitas? Como estou em prosperidade? E de saúde física? Penso muito que "não tenho direito de ter nada"?

02. DIREITO DE SENTIR: Reprimendas do tipo "Pare de chorar, voce não tem nada que ficar assim" ou "Como voce pode expressar suas emoções dessa maneira?" são um desrespeito ao nosso direito de sentir. Uma cultura que vê a expressão emocional com reservas ou que classifica alguém de fraco por ter sensibilidade, também transgride esse direito básico. Uma decorrência desse direito é o direito de querer. Se não podemos sequer sentir, é muito difícil saber o que queremos.
PERGUNTE-SE: Como expresso minhas emoções? E a sexualidade? Sinto prazer em estar vivo? Como estou na percepção do outro? Meu estado é mais para tensão ou relaxamento? Fluidez ou rigidez?

03. DIREITO DE AGIR: Esse direito é restringido pela autoridade abusiva dos pais e da cultura. Por exemplo, os que fazem demonstrações pacíficas praticando a não-violência são presos e muitas vezes maltratados por agirem de acordo com seus sentimentos sobre seus direitos de sobreviver. Somos ensinados a obedecer e a seguir - é aconselhável que as ações empreendidas sejam adequadas. O medo da punição e a coação à obediência cega, quer provenham dos pais ou da cultura, prejudicam seriamente nosso poder pessoal - o uso consciente de nosso direito de agir.
PERGUNTE-SE: Quem está moldando minha existência? Estou bem de autonomia? E meu poder próprio, minha energia e vitalidade? Como está minha força de vontade? Em que propósitos acredito?

04. O DIREITO DE AMAR E DE SER AMADO: Numa família, esse direito é transgredido quando os pais não amam e não zelam por seus filhos de modo coerente e incondicional. Quando se impõem condições ao amor, o amor-próprio da criança é ameaçado. No condicionamento cultural, a restrição a esse direito pode ser vista em atitudes de julgamento em relação a homens que amam homens, a mulheres que amam mulheres ou a alguém de uma raça que ama alguém de outra ou a pessoas que amam mais do que uma pessoa. O direito de amar é lesado no conflito racial, pelo domínio de uma cultura sobre outra ou por qualquer situação que crie hostilidade entre grupos.
PERGUNTE-SE: Como estou em seus relacionamentos na família e fora dela? Como é minha rede de relacionamentos? Expresso meu expressa afeto, compaixão e amor pelo outro? Como está minha auto-aceitação e aceitação do outro?

05. DIREITO DE FALAR E DE OUVIR A VERDADE: Aqui, a dificuldade acontece quando não somos autorizados a falar na nossa casa. Isso inclui não sermos ouvidos quando falamos e/ou ser-nos dirigida a palavra desonestamente. Quando somos impedidos de nos expressar ou quando nos pedem que guardemos segredos ou que fechemos os olhos a mentiras da família, bloqueamos esse direito. Quando somos criticados por nossas tentativas de falar ou temos nossa confiança abalada pela divulgação de assuntos pessoais, gradualmente perdemos contato com nosso direito de falar.
PERGUNTE-SE: O que venho criando na vida? Como estou em criatividade? Venho ouvindo com atenção e comunicando-me com honestidade? Como está minha qualidade de comunicação?

06. DIREITO DE VER: Este direito é desrespeitado quando nos dizem que o que percebemos não é real; quando as coisas são deliberadamente escondidas ou negadas (p.e., o fato de o pai beber) ou quando a amplitude de nossa visão é mal entendida ou depreciada. Quando o que vemos é feio, assustador ou incoerente em relação a algo mais que vemos, nossa visão física pode ser afetada. Reivindicar o direito de ver nos ajuda a reivindicar também nossas habilidades psíquicas.
PERGUNTE-SE: Com está meu relacionamento com a Luz? Como está minha faculdade de imaginar? Estou atento a minha sensibilidade psíquica?

07. O DIREITO DE SABER: Isto inclui o direito à informação, à verdade e o direito à educação e ao conhecimento. Igualmente importantes sao nossos direitos espirituais, de nos conectarmos com o Divino, seja qual fo a concepção que tenhamos Dele pessoalmente. Impingir a outra pessoa um dogma pessoal é uma violação a nossos direitos pessoais.
PERGUNTE-SE: Com que mais me demoro em meus pensamentos? Na busca do conhecimento, venho me sentindo mais sábio? Como está minha conexão, na busca espiritual? Estou satisfeito com meu sistema de crenças? Como é a sensação de pensar por mim mesmo?

Quando mesmo um destes direitos são desrespeitados, isto gera sofrimentos. Por outro lado, vamos gerir agora a vida que há em nós? Assim, no hoje, haveremos de aprender com as experiências do ontem e sairmos mais equilibrados, harmonizados e felizes.

- Texto retirado, com algumas modificações do livro dusbons "JORNADAS DE CURA", de Anodea Judith e Selene Vega, Ed. Pensamento, 1997 - 301p.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

BIOGRAFIA DE JELLO BIAFRA, O MESTRE.


Se os Ramones são os pais do punk, este cara é o professor. Jello Biafra vive perto de São Francisco em uma casa própria sem muito luxo. Tem gravadores, muito papel e uma enorme biblioteca carregada de livros de história e política, seu assunto favorito. Até porque, para ele, política e música não são lá muito diferentes. Desde que chegou à fama com sua antiga banda, os Dead Kennedys, suas letras, fúria e uma inconfundível ironia estão a serviço da resistência ao silencioso totalitarismo que, segundo ele, faz dos EUA o triunfo do fascismo.

Apesar do desgaste com a questão dos tribunais envolvendo os antigos ex-integrantes do Dead Kennedys, Jello tem estado mais envolvido do que nunca na realização de palestras pela América em favor das liberdades civis. Biafra também esteve na lista dos presidenciáveis do Partido Verde nas últimas eleições, tendo o jornalista Mummia Abu-Jammal como possível vice-presidente, mesmo estando este no corredor da morte.

No ano passado, Jello fez algumas participações em shows de Ice-T/Body Count, cantando “Cop Killer”, e Henry Rollins – na turnê beneficente ao West Memphis Three (três jovens condenados à morte sob absurdas alegações) -, cantando o clássico do Black Flag “Jealous Again”.O Lard também fez uma raríssima jam session em março de 2003, em Los Angeles, como parte de um show do Ministry, tocando as faixas “War Pimp Renaissance” e “I Wanna Be a Drug-Sniffing Dog”. Biafra foi convidado ainda por Fat Mike, do NOFX, para participar da Punk Voter, entidade que visa incentivar jovens americanos a votar. O mesmo Fat Mike, que é dono do selo Fat Wreck, lançou recentemente a coletânea Rock Against Bush, que inclui várias bandas e artistas contrários à administração de George W. Bush. Biafra cedeu a canção “That’s Progress”, gravada com o D.O.A. em 1989.

Também em 2003, Jello participou da música “Allah Save Queens”, da banda Carpet Bombers for Peace, imitando a voz de Bush filho. A faixa aparece na coletânea beneficente Salt in the Wound.Envolvido com política até o pescoço e preparando o lançamento do CD com o Melvins, Biafra descarta qualquer possibilidade de participar do reformado Dead Kennedys: “Eles (Ray, Flouride e Peligro) têm me levado à côrte por quase seis anos e recusado qualquer tentativa de reconciliação. (…) Acho que dificilmente estarei decepcionando os fãs ao não participar dessa picaretagem nostálgica”.



DEAD KENNEDYS E O LITÍGIO

Depois do fim dos Dead Kennedys, aconteceu um desgastante e embaraçoso processo movido por seus ex-colegas de banda, East Bay Ray, Klaus Flouride e D.H. Peligro, que forçou Biafra a diminuir o ritmo de sua produção musical. O caso, quase tão surreal quanto o confisco dos posters de Frankenchrist, em 1986, abre precedentes para que qualquer artista processe uma gravadora quando achar que seus velhos discos deixaram de ser divulgados. É basicamente nisso que se sustenta a argumentação dos três músicos que, ainda por cima, ressuscitaram o Dead Kennedys para realizar constrangedoras turnês.

“Estou profundamente enojado com os ex-integrantes do DK. Não consigo acreditar que eles tenham virado as costas e urinado em cima de tudo aquilo em que a banda sempre se apoiou, revelando-se pessoas tão podres e gananciosas. Eles me processaram por não agir como uma gravadora de rock corporativo e o que desencadeou tudo isso foi minha recusa em deixar que ‘Holiday in Cambodia’ fosse usada num comercial da Levi’s. Para mim (ter feito isso), seria a maior facada nas costas das pessoas que apoiaram nossa música e o conceito por trás dela durante todos esses anos. (…) Tem sido muito difícil preservar meu orgulho pela música, e separar isso do fato que eles se tornaram traidores imundos”, declarou Biafra ao fanzine Juice Mag, em 2001.

No dia 16 de julho de 2006, porém, a guerra parece ter chegado ao fim. Através de um comunicado em seu website, Jello afirmou: “Eu e a Alternative Tentacles largamos mão de buscar alguma justiça no processo ganancioso movido pelos três ex-Dead Kennedys (…). A côrte negou-se a ouvir qualquer prova das muitas coisas sinistras que eles fizeram desde o (início do) processo. Mas isso não quer dizer que o veredito ou a decisão do juiz sejam mais verdadeiras que a eleição democrática de George W. Bush (…). Nós continuaremos nos opondo à imbelicização e à cafetinagem do catálogo do Dead Kennedys, aos shows cafonas de ‘reunião’, à venda da minha imagem para video games etc (…). Encerrar nossa defesa legal não quer dizer apoiar ou recomendar qualquer lançamento do Dead Kennedys pelas gravadores Decay Music, Manifesto, Plastic Head, Cleopatra, MVD etc. Eu não posso. Estou muito envergonhado”.

Fontes : Rockpress # 60 (Texto de Eduardo Abreu), Trip # 148 (Texto de Bruno Torturra Nogueira)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ALIENAÇÃO, POLÍTICA E REFLEXÃO


Seja um contestador e não um alienado!!!

Fuja das armadilhas que a sociedade prega, conteste e seja crítico assim você poderá ser menos um zumbi da alienação, não espere um mundo feliz depois dessa sua fuga rumo ao conhecimento e evolução de seus pensamentos, pois sem correntes você virará uma ameaça para a sociedade moderna, que consiste em uma minoria dominante, não tenha medo, pois se você está contra eles então está no caminho certo rumo às mudanças. O mundo é mais hostil para um crítico, e mais difícil de ser entendido, coisas altamente complexas antes, viraram simplesmente mentiras, isso é a parte mais difícil, quando você não esta atrás da verdade o mundo parece de plástico e feito sem você, então você não é nada e nada pode, só mais um tentando se encaixar, quando escapa disso percebe que não é bem assim, e percebe também que coisas que desfavorecem a maioria estão sendo praticadas por capricho de uma minoria, não se assuste não se deixe intimidar, encare isso e procure mudanças pra você e pra sociedade. Não acredite em tudo que te falam. Não aceite a sua própria verdade, avance e conteste a você mesmo, pois só os ignorantes têm certeza de algo, então reveja seus conceitos e procure saber se eles te levam pra algum lugar, crie sua filosofia e ajude a outros a criarem à deles, pois quando você conhece a verdade é sua obrigação a passar pra frente, não se iluda com conquistas próprias, não se orgulhe de você mesmo, idéias sozinhas são só idéias vazias, não tenha medo de as passar pra frente, pelo menos você honrou seu compromisso. Não siga a maioria, forme a sua opinião, seja diferente. O homem é tentado a se encaixar, mas é inteligente o bastante para se diferenciar, avalie a situação e a realidade onde se encontra antes de um julgamento. Controle seus impulsos com reflexão, não se deixe alienar seja crítico em mínimos detalhes aparentemente sem importância, combata a ignorância e a intolerância com um discurso valido de suas idéias, antes de um julgamento procure saber o porquê de tal e reveja se não está errado nele. Você é importante, como cada um que compõem a sociedade e se é uma ameaça para tal então não é mais um cordeiro no pasto, use sua inteligência para atos e discursos produtíveis. Sua liberdade é mais importante que qualquer outra coisa no mundo, tão importante que você tem que a ganhar de novo, um absurdo mais é a realidade, te tiram no momento que você a descobre, pois o mundo a teme então te botam diversos argumentos, leis, regras e alienações para que não a veja nunca mais, para que seja mais um ignorante que haja pelos outros e por impulsos, com julgamentos falhos e idéias fúteis. Não acredite em ninguém, não confie em ninguém, dependa de você e de suas idéias, não abaixe a cabeça pra ninguém, você é seu próprio líder e você é o único que conhece suas idéias e necessidades, assim sendo se guie e não vá com a maioria, conteste e conteste também a si mesmo, ou seja, mais um alienado que a sociedade conseguiu envolver.

domingo, 31 de outubro de 2010

Punk: o resgate do Rock 'n Roll!!!


Eu até entendo o ponto de vista de quem acha o Punk um lixo... Esse pessoal admira uma música bem feitinha, com arranjos orquestrados, com metais (instrumentos de sopro), piano, um vocal harmonioso, de preferencia uma voz agradavel e suave aos ouvidos, uma guitarra "delicadamente" tocada, uma linha de baixo capaz de preencher o "vazio" da música, ditar o ritmo dela e não apenas acompanhar a guitarra nas mesmas notas... Enfim. Esse pessoal gosta do tipo de banda de Rock que soa como uma orquestra sinfonica, cada um no seu instrumento formando uma bela canção.

No Punk Rock, isso não existe (tavez em algumas rarissimas excessões).


O que os "intelectuais" da música não entendem ou fingem não entender ou ainda, não aceitam é o fato do que o Punk Rock devolvel o Rock 'n' Roll pro povão, de onde ele foi tirado e até mesmo "roubado" (por bandas que de Rock mesmo, só tinham os instrumentos).

Um muleque pobre, de periferia, com 15, 16 anos de idade na década de 70 que amava o Rock 'n Roll antigo e não sabia tocar um instrumento, podê enfim achar uma maneira simples de aprender (até mesmo sem ter a mínina noção do que seria o Dó, Ré, Mi) e desenvolver sua habilidade com o passar do tempo (vide o The Clash).

Enquanto nas rádios só tocavam músicas das super bandas e o Punk se limitava ao "underground", isso também limitava o poder desses muleques que não tinham acesso ao material independente da época, digamos assim.

"Pô, fazer um solo de guitarra do tipo Pink Floyd é fóda!"

Portanto, o Punk Rock resgatou a essência do Rock 'n Roll raiz (anos 50 e 60), trouxe de volta a simplicidade do inicio dos Beatles, The Who, The Rolling Stones, Elvis Presley, Chuck Berry e além de tudo isso, a rebeldia estava de volta também.

Aquela coisa escrachada de se impor diante de uma sociedade manipuladora se tornou novamente a voz do povo que atraves da música tinham um canal para serem ouvidos enquanto os Hippies se drogavam e pediam paz e amor mas dormiam em camas limpas numa casa bonita no campo, longe da realidade de quem não tinha voz.

Sim, ou vocês achavam que os musicos do The Mamas & The Papas, por exemplo, viviam perambulando pelas ruas como uns "dorme-sujo"?

O Punk não era colorido e filosófico, era direto, apontava na cara os reais problemas da sociedade... Como o RAP faz hoje em dia.

Então, dizer que o Punk Rock matou o Rock 'n Roll é uma afronta, da parte de quem diz gostar de Rock e que não vê virtude no Punk, ao estilo de música que supostamente aprendeu a admirar e curtir e até mesmo fazer (os quem tem bandas - seja por diversão ou até mesmo trabalho).

E se o Punk "acabou" com as bandas super elaboradas (o que não é verdade), isso é culpa delas mesmas que não foram capazes de influenciar uma geração que tinha mais do que fazer a ouvir histórias ficticias.

O Rock 'n Roll não é um simplismente um estilo de música, ele é um estilo de vida!!!

Texto escrito por: Marcio

sábado, 9 de outubro de 2010

A História Do Skate Punk





Nos anos 60 quando o skate era chamado de sidewalk surfing a dupla de músicos Jan&Dean compôs a primeira música que falava de skate, a qual se chamava: "Sidewalk Surfin'". A mesma dupla em 65 fez a música "The Fountain", trilha sonora do primeiro filme sobre skate que se tem notícia: Skatedater.
Nos anos 70 a popularidade do skate alcançou um nível elevado e muitos músicos simpatizavam ou até praticavam o esporte. Foi o caso de Craig Chaquico, skatista e guitarrista do Jefferson Airplane que ao lado de Black Sabbath e Blue öister Cult embalavam as skate sessions dos anos 70. Até quem não tinha nada a ver com o skate acabou seduzido. David Bowie e Pat Metheny nunca pisaram em cima de um skate mas usaram imagens de uma final de campeonato de freestyle de 78 para a confecção do vídeo da música "This Is Not America".
Em 1983 o gênero skate rock teve seu batismo oficial quando o fotógrafo da revista Thrasher, Morizen Foche (MoFo, vocalista do Drunk Injuns), organizou a primeira compilação da Thrasher Magazine.
A Thrasher, fundada em janeiro de 81, já tinha consolidado a imagem rebelde, contestadora e "skate and destroy". Lançando uma fita cassete por ano, a revista divulgava para seus leitores, as bandas que de uma forma ou de outra, tinham a ver com o skate.

parte 1 - inaugurando sessão - Agression.

No dia 03 de Agosto de cada ano é comemorado o DIA DO SKATE. A data é celebrada desde 1996, quando foi apresentado e aprovado um projeto de lei em S.P. (capital) pelo então vereador Turco Louco, hoje deputado estadual. Naquele ano houve uma sessão solene na Câmara de Vereadores de SP, onde alguns skatistas brasileiros com destaque internacional foram homenageados.
Desde então os skatistas brasileiros comemoram nesta data o DIA DO SKATE, não importando onde estejam morando ou onde tenham nascido.
Assim como o hardcore americano o skate se tornou popular no começo dos anos 80. Skatistas e punk rockers tinham o mesmo estilo de vida. O gênero musical SKATE ROCK começou a ficar mais forte quando skatistas formaram suas próprias bandas.
Uma dessas bandas se chamava AGRESSION. Formada em 83 na cidade de Oxnard, Ca. lançaram "DONT BE MISTAKEN", um disco clássico do gênero. Na capa do álbum a foto by Glen Friedman de um skatista em ação.

parte 2 - Free Beer

Pode-se dizer que a primeira banda de skate rock foi o FREE BEER. Banda formada em San Jose, Ca. em 1981. O skatista profissional Tommy Guerrero (bass) e seu irmão Tony (guitar) faziam um punk hardcore americano clássico na linha de sua banda antiga, o Revenge (de 79).
Apareceram no volume 2 da coletânea Skate Rock da Revista Thrasher. E em outra coletânea da Alternative Tentacles. Mas nunca tiveram lançado um disco só seu. A mesma Alternative Tentacles resolveu fazer justiça com as próprias mãos, compilou todo material gravado pelo FREE BEER e lançou no ano passado o álbum "The Only Beer That Matters".

parte 3 - Los Olvidados Banda de San Jose. Uma das fundadoras do gênero skate rock. Na ativa de 1980 até 1983. Influenciada por bandas da primeira onda do punk como N.Y.Dolls, Stooges, The Saints e Dead Boys, podem ser considerados o T.S.O.L. ou o Agent Orange do norte da California.
A banda teve o privilégio de ser a primeira faixa do primeiro volume das fitas cassete da Thrasher Magazine.
O guitarrista Mike Fox tocou no Dwarves da fase Epitaph Records. O baixista Ray Stevens também tocou no Faction, no Drunk Injuns, Odd Man Out e atualmente encabeça o Clay Wheels.
A Alternative Tentacles compilou todo material do Los "O" e lançou o álbum "Listen To This", o segundo da Skate Punk Series.

parte 4 - Drunk Injuns

Morizen Foche, também conhecido como MoFo era um dos editores da revista de skate Thrasher. MoFo tinha uma banda chamada Drunk Injuns e teve a brilhante idéia de compilar algumas bandas que tinham alguma relação com o mundo do skate.
Lançando uma fita cassete por ano, a Thrasher Magazine divulgava para seus leitores o Skate Rock. O batismo oficial do gênero se deu em 1983 com a coletânea de número um, com bandas como Los Olvidados, Faction, Big Boys e outras como a própria banda de MoFo, o Drunk Injuns. O Drunk Injuns se diferenciava das outras bandas por fazer um som mais lento, mais denso. ocavam com máscaras e foram o supra sumo do lado gótico do skate rock.Tente descolar o seu único álbum "From where the sun now stands I will fight no more, forever", lançado no ano passado pela Alternative Tentacles com gravações de 83/84.

parte 5 - J.F.A.

Don Redondo cresceu em Huntington Beach. Passava seus dias tocando guitarra e andando de skate. Quando se mudou para Phoenix no Texas resolveu formar uma banda. Assim nasceu o JFA (Jody Foster Army). Ser skatista era fator sinequanon para estar na banda, uma das pioneiras do skate rock. Foi a primeira a se auto proclamar skate punk. Don Redondo escreveu e fotografou para a Thrasher por 10 anos entre 84 e 94.
Ainda estão na ativa. Neste ano a Alternative Tentacles compilou os dois primeiros registros da banda, um EP de 81 e o clássico álbum de 1983 Valley Of The Yakes.
No encarte desta compilação intitulada WE KNOW YOU SUCK, figuras célebres do skate ou do rock como Duane Peters (USBOMS), Steve Caballero, Steve Alba, Jim Wurster (Superchunk) discorrem sobre a importância do JFA na cena.

parte 6 - Adolescents

Uma das bandas pioneiras do hardcore americano, o Adolescents também tinha e tem estreita relação com o skate. Atualmente o vocalista Tony, o baixista Steve Soto, a dupla de guitarrista e irmãos Frank e Rikk Agnew e ainda o baterista Derek O'Brien (ex- Social D. e D.I.) estão trabalhando em um novo álbum, o disco deve sair ainda neste ano de 2004. Os Adolescents ao lado de bandas como TSOL e Agent Orange representavam os surfistas e skatistas de Orange County. A banda já começou e acabou várias vezes. Numa dessas voltas em 1987, gravaram uma música chamada Skate Babylon no álbum Brats in Batallions.

parte 7 - S.N.F.U.

O S.N.F.U. apareceu em 1981 no Canadá. Os irmãos gêmeos Marc e Brent Belke viviam encontrando o futuro vocalista Mr. Chi Pig nas pistas de skate e nos shows do D.O.A. e do Sub Humans, assim, os 3 resolveram formar uma banda na qual uniriam a energia do skate com a agressividade do punk rock.
São considerados como um dos fundadores do skate punk. Apareceram nas compilações de volume 4 e 6 da revista Thrasher. E pelos leitores desta mesma publicação voltada ao skate, foram eleitos a quinta maior banda de skate rock de todos os tempos.
Em 1989 a Flipside Magazine os elegeu como o melhor show de rock daquele ano.

parte 8 - Suicidal Tendencies.

Jim Muir morava em Venice. Foi um Z-Boy. Um dos principais skatistas da década de 70. Proprietário da marca Dogtown.
Em 1983, o irmão mais novo de Jim Muir, Mike Muir lança o primeiro álbum de seu grupo Suicidal Tendencies. O vídeo da música "Institutionalized" mostrava pela primeira vez o skate na MTV.
Mas foi em 1987 no segundo álbum "JOIN THE ARMY" que o Suicidal falou sobre skate de uma forma mais radical. "POSSESSED TO SKATE" é um emblema do skate rock. O video da música também é clássico: um moleque aproveita que seus pais viajaram e convida todos os seus amigos (skatistas de renome manobram pelo vídeo) para uma session de skate na piscina da casa.


parte 9 - Skoundrelz

Tony Alva é considerado o inventor do skate vertical. Foi ele quem deu o primeiro frontside air. Considerado o mais radical membro da legendária equipe dos Z-Boys e originário de Venice, Tony fundou sua bem sucedida marca, Alva Skateboard Company.
Em 1983 Tony tirou a poeira de seu encostado contra baixo e recrutou Mike Ball (ex guitarrista da primeira formação do Suicidal Tendencies) para formar a sua própria banda SKOUNDRELZ.
Obscura e com apenas um EP gravado, a banda teve duas músicas presentes no primeiro volume das compilações da Thrasher Magazine.
Abriram show de bandas como The Cult, The Damned, Nina Hagen, G.B.H. e Lords Of New Church e acabaram em 1987.

parte 10 - Agent Orange

Mike Palm fundou o Agent Orange em 1979 quando música e skate eram seus hobbies. O Agent Orange nunca escreveu uma música ou estampou algo sobre o skate nos seus discos, mas sempre foi uma banda relacionada com o skate rock. Isso porque faziam o som que os skatistas e surfistas queriam ouvir na época. Inspirados nas guitarras surf music de Dick Dale e The Ventures lançaram "Living In Darkness" em 1981, um álbum clássico do punk-hardcore americano. Foi uma das primeiras bandas a ter um shape com sua logomarca pela Vision. E tiveram várias de suas músicas incluídas em inúmeros videos de skate e surf.

parte 11 - Eight Dayz

O alemão Claus Grabke começou a andar de skate em 1976. 11 vezes campeão alemão e 4 vezes campeão europeu Claus atingiu seu auge no final dos anos 80 quando era patrocinado pela marca Santa Cruz. Claus tinha um zine chamado DEATHZONE e fundou a extremamente bem sucedida Monster Skateboard Magazine que existe até hoje.
Vegetariano, bem comportado e estiloso, Claus Grabke está longe do circuito profissional, mas continua dando suas voltas de skate. Atualmente se dedica mais a música como vocalista e guitarrista do Alternative Allstars ou como vocalista do THUMB, um rap metal na linha da gravadora Victory, a qual lançou os 3 álbuns desta banda alemã nos Estados Unidos.
Mas foi com sua primeira e mais desconhecida banda chamada EIGHT DAYZ que Claus Grabke marcou seus pontos no skate rock. Ouça agora What's So Strange About Me, música presente no álbum "EV'RY DAY IS LIKE A NEW BEGINNING" (de 1989) e na trilha sonora daquele maravilhoso e marcante video da Santa Cruz chamado Wheels Of Fire.

parte 12 - Big Boys

O Big Boys foi formado em 1978 por 3 skatistas de Austin, Texas. Unindo elementos do punk, do funk e do pop criaram uma sonoridade única. Também foram uma banda chave para solidificar o skate rock como gênero e comunidade. Participaram dos volumes 1 e 2 das compilações da Thrasher. Ao lado dos DICKS foram o centro do punk texano e ciceronearam o hardcore americano por lá. Fizeram amizades e muitos fãs, mas acabaram em 85. O baixista Chris Gates tocou no Poison 13 e depois no Junkyard e no Skatenigs. O guitarrista Tim Kerr também tocou no Poison 13 e também faz parte do Monkeywrench. Tim Kerr esteve no Brasil em janeiro e produziu algumas músicas para um futuro álbum dos paulistanos do Thee Butchers Orchestra. O vocalista Randy Biscuit Turner se vestia de drag no palco e assumia sua homosexualidade sem problemas.
Diversão era palavra chave, mas eram muito punks justamente por não seguirem nenhuma regra. Tocavam punk rock, hardcore, funk e pop melódico. Muitas idéias que mais tarde seriam chamadas de revolucionárias quando copiadas por bandas mainstream (mais notavelmente pelo Red Hot Chili Peppers), surgiram antes e com mais qualidade com os Big Boys.

parte 13 - Spermbirds

O auge do skate rock ocorreu no meio da década de 80. Eram skatistas norte americanos que se divertiam fazendo punk rock ou eram músicos que tinham o skate como esporte favorito. O gênero timidamente se espalhou pelo mundo. A Alemanha na década de 80 era o país com maior tradição e representação no skate europeu. Muito disso se deve ao clássico campeonato mundial de skate da cidade de Munster que começou em 1981. A sólida cena do skate alemão também influenciou alguns punk rockers de lá.
Frank, Marcus e Beppo eram moleques de Kaiserslautern que tocavam numa banda chamada Walter Elf, e faziam um punk rock na linha das bandas inglesas do final dos anos 70. Um tempo depois eles conheceram Lee Hollis, um americano que estava de passagem pela Alemanha. Influenciados pelo hardcore americano resolveram formar uma banda que tocasse mais rápido e que tivesse letras em inglês. Então convidaram Lee para ser o vocalista e assim nasceu o Spermbirds.
O primeiro registro do Spermbirds foi em 86 com: "Don't forget the fun!", um ep split juntamente com o Walter Elf. A capa deste ep de 7 polegadas mostrava duas ilustrações: uma de um skatista em ação representava o Spermbirds e outra de um jogador do Kaiserslautern batendo bola fazia às vezes do Walter Elf.

parte 14 - Odd Numbers

O skate rock é um gênero musical tão abrangente que até bandas do estilo mod podem ser consideradas como tal. É o caso do Odd Numbers, trio da cidade de San Jose na California que mesmo fazendo um som bem anos 60 conquistou skatistas em todo mundo. Além da qualidade musical incontestável e letras urbanas, o Odd Numbers circula pelos mesmos caminhos das bandas de skate rock de San Jose. Já tiveram em sua formação um dos grandes nomes do skate rock: Ray Stevens que integra ou integrou bandas como The Faction, Los Olvidados, Odd Man Out e mais recentemente Clay Wheels que possui um split junto com o Odd Numbers.
A banda ficou conhecida por estar presente em alguns vídeos de skate como o "Reason for Living" da marca Santa Cruz.

parte 15 - True Sounds Of Liberty

Jack Grisham, Ron Emory, Todd Barnes e Mike Roche cresceram juntos em Huntington Beach e fundaram o TSOL em 1979. Com dois eps e dois álbuns maravilhosos levaram o skate rock a um estágio mais avançado, mais climático, com contornos góticos.
Em 1984 Jack e Todd deixam a banda. Emory e Mike continuaram. O baterista Mitch Dean e o vocalista Joe Wood (namorado da irmã do ex vocalista Jack) entram para a banda que começa a flertar com o rock n roll. Com esta formação lançam um álbum perfeito: "Change Today?". Nesta época o TSOL era uma das bandas mais ativas do punk americano. Mesmo assim o guitarrista Ron Emory não deixava de praticar seu esporte predileto, o skate. Emory se destacava nas piscinas e sempre aparecia nas páginas das revistas especializadas.
"Change Today?" foi lançado no Brasil e embalou muitas sessions da molecada que andava de skate no final dos anos 80. Um programa de tv que marcou esta época foi o Grito da Rua na tv cultura. O inesqueçivel tema de abertura do Grito da Rua era com TSOL e a música "Flowers by the Door".

Parte16 - especial Steve Caballero.

Inspirado por Stacy Peralta e Eddie Elguera, Steve Caballero teve seu primeiro contato com o skate em 1976, aos 11 anos. Famoso pelo seu pescoço torto (devido a uma escoliose), aos 16 anos já se destacava como o melhor skatista do norte da California. Venceu ou foi finalista da maioria dos campeonatos mundiais do início dos anos 80. Fez parte da lendária equipe Bones Brigade, é considerado o embaixador do skate e é um símbolo do esporte dentro e fora das pistas.
Caballero sempre fez as coisas parecerem mais fáceis. Se não estava treinando uma nova manobra, estava criando alguma ou fazendo a maior pontuação entre os amigos que jogavam fliperama.
Antes de conhecer o skate Caballero já gostava de música. Sendo o caçula de 3 irmãos e uma irmã, cresceu ouvindo Eagles e Beatles. Quando já era frequentador assíduo das skateparks da cidade de San Jose conheceu ACDC, Cheap Trick e as bandas que os skatistas ouviam no final dos anos 70.
Em 1982 comprou um contra baixo e aprendeu tocar ouvindo Black Flag, Circle Jerks, Adolescents e JFA. Talentoso e persistente, em 6 meses já tinha formado sua primeira banda chamada The Faction, já tinha gravado um Ep e fazia shows pelo norte californiano. Era o início do skate rock. O punk hardcore e o skate conviviam em perfeita simbiose. A história de Steve Caballero na música sintetiza a história do skate rock. Um skatista profissional que além de se divertir nas pistas também se divertia fazendo música.
Com o The Faction entre 82 e 85 (onde tocou baixo e depois guitarra) faziam o punk hardcore clássico da costa leste. Participaram das coletâneas da revista Thrasher e ajudaram a sedimentar o skate rock. Voltaram pouco tempo atrás e fazem shows esporádicos.
Entre 87 e 89 Caballero tocou guitarra no Odd Man Out juntamente com seu companheiro do The Faction Ray Stevens. Odd Man Out era skate rock com contornos góticos, cheio de pedais de guitarra e teclados, influenciado por bandas britâncias como The Cure, Joy Division, The Cult e Deep Purple. Assim como no The Faction ensaiavam no quarto de Steve Caballero. E na pista localizada no quintal da casa do guitarrista passeavam Rob Roskopp, Christian Hosoi, fotógrafos de revistas e garotas. Abriram para os Adolescents, Goo Goo Dolls, Boneshavers e Drunk Injuns. Participaram de coletâneas como o volume 8 da thrasher, vídeos de skate e com apenas um álbum, acabaram.
A banda mais desconhecida de Caballero foi o Shovelhead. Gravaram dois álbuns e fizeram poucos shows. Desta vez o skatista empunhava o contra baixo e a sonoridade era aquele trash metal hard rock muito popular na California do começo dos anos 90.
Em 1994 acabou o Shovelhead e Caballero formou o Soda. Um hardcore melódico com vocal feminino. Soda. durou apenas um ano, lançaram uma fita demo e um cd. Tocaram na Warped Tour e sempre abriam shows dos conterrâneos do No Use For a Name. O guitarrista solo Caballero deixou a banda porque a vocalista queria levar a banda a sério e Steve Caballero sempre encarou a música como diversão, apenas uma outra forma de expressar suas potencialidades criativas. Ele nunca tocou numa banda para ser rock star, Caballero queria se divertir. Por isso é uma das personagens principais do skate rock que sempre se caracterizou por skatistas que formavam uma banda para se divertir ou músicos que tinham o skate como hobby.
Caballero fez skate rock em todas as suas fases: hardcore, punk gótico, trash e pop punk.

parte 17 - Fu Manchu tocando DEVO.

No final dos anos 70 e começo dos 80 o skate se tornou popular em todo mundo e os skatistas desta época ouviam Ted Nugent, Black Sabbath, Jimi Hendrix, Blue Oyster Cult, ZZ Top, Buzzcocks, Devo entre outras. Todas estas bandas fazem parte da trilha sonora do documentário Dogtown and Z-Boys, o melhor registro cinematográfico daquela época de ouro.
Em 1981 o Devo teve a idéia de gravar o video clip da música "Freedom of Choice" no Marina Del Rey Skatepark, uma pista clássica que trazia bandas para se apresentar. Lá os Circle Jerks tocaram e lá foi tirada a foto da capa do álbum "Group Sex". Tony Hawk jura que aparece naquela capa.
No vídeo de "Freedom of Choice" aparece skatistas do quilate de Stacy Peralta, Eddie Elguera, Duane Peters, Steve Alba e outros. O Devo seguiu sua trajetória sempre sendo apreciados por skatistas de todas as gerações.
Até que em 1999 a banda californiana Fu Manchu regravou "Freedom of Choice" no álbum "King Of The Road". Fu Manchu representa o novo skate rock, que seria a fusão do stoner rock com o hard rock dos anos 70 tipo Black Sabbath. A sonoridade do Fu Manchu é dura, pesada e inspiradora e suas letras viajam pelo sul da California com cerveja na cabeça, skate no porta mala e prancha de surf em cima de carros barulhentos.
Os integrantes do Fu Manchu tem o skate como hobby e colocaram um modelo de rodas de skate no mercado; além disso colocaram na capa do álbum "The Action Is Go" uma foto clássica de Glen Friedman com Tony Alva executando um frontside air no Dogbowl. Também foram convidados para tocar no Sundance Festival quando Dogtown and Z-Boys foi premiado como o melhor documentário. Ainda retratando aquela época escreveram uma música chamada "Downtown in Dogtown" no último álbum. Mas o que você ouve agora é Fu Manchu tocando "Freedom of Choice" cover do Devo.

parte 18 - Duane Peters and the Hunns Duane Peters é um dos grandes nomes do skate mundial desde 75/76/77 e definiu um estilo no skate moderno: o skate punk, onde a agressividade e a postura rebelde vinham acompanhadas de muita técnica. Duane Peters recebeu o apelido de Master Of Disaster e desenvolveu manobras como o Indy Air, o Layback Roll Out e o Sweeper e também participou da gravação do clip "Freedom Of Choice" da banda DEVO.
A lenda diz (e nada foi devidamente comprovado) que em 1978 Duane acertou pela primeira vez um loop around completo, algo novamente feito apenas 20 anos depois.
Muitas tatuagens e poucos dentes na boca fazem parte do visual deste Evel Knievel do skate punk. Duane já contabilizou várias prisões por porte de drogas pesadas contabilizando um total de 7 anos encarceirado.
Desde 1994 é vocalista do U.S. Bombs. Depois da morte do guitarrista Chuck do U.S. Bombs que tinha AIDS, Duane Peters resolveu sair da vida desregrada que levava a mais de duas décadas.
No ano de 2000 juntamente com o guitarrista dos Grabbers formou outra banda, o The Hunns. "Long Legs" é o nome do novo disco dos Hunns que conta com nova integrante, nada mais do que a estonteante Corey Parks ex-baixista do Nashville Pussy e atual namorada do vocalista. O novo disco é excelente e conta com covers interessantes como "Tragedy" (do Wipers), "Did You No Wrong" (do Sex Pistols) e "Time Has Come Today".

parte 19 - Fun People

Na Argentina a cena skate rock começou no meio dos anos 80 em Mar del Plata com a banda 97A.
Em 1986 surgiu o Massacre Palestina, lendário grupo de Buenos Aires que começou a trazer skatistas para seus shows. Toda a atitude, flyers e arte do Massacre (nome abreviado que atualmente batiza a banda) era relacionada com o skate.
Nos anos 90 muitas bandas argentinas tinham skatistas na sua formação, entre elas se destacavam: Minoria Activa, 13 Al Diablo, Delmar, BOD e Anesthesia. Esta última trocou de nome para Fun People e até hoje é uma das mais competentes bandas da Argentina. Com muita personalidade, vários discos e turnês internacionais pela Europa, Estados Unidos, Japão e Mexico, o Fun People é muito popular em sua terra natal chegando a lotar ginásios mesmo fazendo um som nada comercial e muito eclético.

parte 20 - Grinders

O maior representante do tímido skate rock brasileiro foi o Grinders. Formado em 1984 em Santo André o grupo altamente influenciado pelo punk californiano foi rotulado como skate rock pois eram skatistas que faziam música punk.
Depois de participarem com duas faixas na coletânea "Ataque Sonoro", lançaram o Lp "skatepunkmusic" em 87: "Um grande clássico. Faixas instrumentais à lá Agent Orange como "Grinders" e "Homem Aranha" e hinos como "Skate Gralha" (que acabou sendo trilha de um dos primeiros vídeos de skate brasileiro, o do campeonato de Guaratinguetá de 88) marcaram época. A maioria das bandas se preocupava somente em tocar de forma rápida e agressiva, o Grinders comia pelas beiradas adicionando melodia e criatividade em suas composições. A simpatia dos skatistas, punks e surfistas os levou a participar de inúmeros campeonatos de skate, que na época, aconteciam semanalmente em escolas, ginásios, e ruas fechadas de qualquer município.". (palavras do César Lost da Highlight Sounds).
Os Grinders não estavam muito preocupados em se promover, fazer shows ou vender discos, eles estavam nessa por pura diversão. Gostavam de fazer barulho, tomar cerveja e andar de skate, por isso recebiam críticas do movimento punk que cobravam mais "atitude" por parte da banda.
A banda voltou anos atrás e já lançaram um disco ao vivo e um split com os Zumbis do Espaço.

parte 21 - D.I.

Depois de tocar bateria no Adolescents, Social Distortion e Detours, Casey Royer resolveu ser vocalista e formou a banda D.I. (Drug Ideology) em 1981. Com irmãos Agnew (Rikk e Alfie) nas guitarras o D.I. era uma deliciosa continuação da agressiva velocidade melódica dos Adolescents com letras ainda mais debochadas e sarcásticas.
Lançaram meia dezena de álbuns maravilhosos entre 84 e 93. Continuam na ativa porém Casey Royer é o único remanescente da formação original.
Estão inseridos no skate rock pois interagem harmoniosamente com toda cena de Orange County, seja andando de skate casualmente ou tocando em festas do esporte. São patrocinados pela Vision e possuem deck pela punk rock skateboards.

parte22 - Monkeywrench

Em 1990 Tim Kerr que já tinha integrado um dos pais do skate rock Big Boys e estava tocando no Poison 13 resolveu formar um super grupo com Mark Arm e Steve Turner ambos do Mudhoney. Os 3 recrutaram o baterista Martin Bland e o guitarrista do Gus Huffer Tom Price e assim nasceu o Monkeywrech. O primeiro álbum "Clean as a broke-dick-dog" saiu pela Sub Pop em 92 e mostrava uma sonoridade bem particular para a época: um grunge recheado de influência blues. O resultado impecável antecedeu toda a onda garageira que floresceu em maior quantidade nos anos 2000. Além de exímio guitarrista Tim Kerr também se destaca como produtor. Moldou a cara da gravadora garageira Estrus produzindo grupos excelentes como Makers, Quadrajets, Mono Men e Sugar Shack. Um dos seus últimos trabalhos foi produzir o que será o próximo álbum dos paulistanos do Thee Butchers Orchestra.
Em 99 o Monkeywrench foi reativado e pela Estrus lançaram em 2000 o segundo álbum "Electric Children" produzido por Jack Endino.

Parte23 - Cold Beans

As maiores paixões de um adolescente paulistano chamado César Lost foi música e skate. Em 1993 atuava como skatista profissional pela Sims e se aventurou como vocalista da banda cOLD bEANS. cOLD bEANS foi a primeira banda daquela turma do punk melódico do começo dos anos 90 a se intitular skate rock, além de César, também contava com outro skatista na guitarra, Fernando Steler.
Também nesta época César produzia o fanzine Cleansheets e trocava figurinhas com bandas de todo Brasil. Seu lado "jornalista" se intensificou quando começou a escrever para as revistas Tribo e 100% Skate Magazine. Antes dele, Kichi (dos Kangaroos In Tilt) e João Gordo escreviam na Tribo, sendo que o rato de porão já resenhava desde os anos 80 na extinta revista YEAH!
César comanda a Highlight Sounds e já passou por inúmeras bandas. Na época que empunhava as 4 cordas do Againe (fase 1995/96) formou uma outra banda (infelizmente obscura) chamada Switchstance Guys formada por César no baixo, o supracitado Fernando Steler na guitarra, Fábio Luiz (irmão do Rappin' Hood) na bateria e Bob Burnquist (!!) nos vocais.
Cesinha também ajudava Cris Mateus e Alê Vianna na produção dos vídeos Silly Society, nos quais recheava a trilha sonora com muito punk/hardcore de qualidade.

parte 24 - Dead Fish.

A primeira banda punk brasileira com alguma relação com o skate foi a Coquetel Molotov fundada em 1981 em volta da pista de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. Coquetel Molotov (com o vert Tatu e o freestyler Lúcio Flávio) foi um dos primeiros grupos punks a surgir além da concretude paulista que já se destacava com nomes como Olho Seco, Cólera e Inocentes; sendo que neste último o vocalista Maurício também andava de skate. Pelos lados de Brasília o streeteiro Podrão formou o Detrito Federal. Em S.P. se destacavam o Grinders, o Lobotomia e o Necrópole (com Pica Pau que depois passou por R.D.P. e Kangaroos in Tilt).
Com o "boom" do street skate no início dos anos 90 o hip hop começou a bombar os ouvidos de muitos skatistas. Nos auto-falantes dos campeonatos se intercalavam o Rap e o punk melódico. A primeira onda do hardcore melódico brasuca tinha estreita ligação com o carrinho. Seja praticando, sendo patrocinado ou simpatizando, vários grupos do início dos anos 90 circularam de uma forma ou de outra pelo skate rock.

FONTE:http://www.zonapunk.com.br/ver_materia.php?id=63

Aluno de 6 anos é suspenso por usar cabelo moicano

O fato ocorreu em 2008, simplesmente vergonhosa a atitudade da escola.

''Bryan Ruda, um aluno do jardim da infância em uma escola da cidade de Parma, no Estado americano de Ohio, foi suspenso das aulas após insistir em usar um corte de cabelo no estilo moicano


Michelle Barile, a mãe do aluno de 6 anos, afirma que nada no regimento da Parma Community School faz menção à proibição do corte de cabelo, caracterizado pelas laterais da cabeça raspadas com uma tira de cabelo na parte de cima. A escola argumenta que o corte de cabelo de Ruda distrai as outras crianças.
"Eu entendo que exista regras para os trajes. Eu entendo que exista o uniforme escolar. Mas isso é discriminação total", afirma Michelle. "Eles não podem me dizer como eu devo cortar o cabelo do meu filho."

Um membro da administração da escola, que fica num subúrbio de Cleveland, chegou a avisar a mãe de que o corte de cabelo era inaceitável. Mais tarde a escola voltou a notificar Michelle, reiterando que Bryan seria suspenso.

De acordo com a diretora da escola, Linda Geyer, o corte de cabelo de Bryan fere a política da instituição sobre o comportamento estético dos alunos. Além disso, o regimento escolar da delegacia de ensino da região permite que professores e diretores proíbam qualquer coisa que interfira a aula.

O cabelo de Ruda teria se tornado um problema maio na semana passada quando ele apareceu com o corte retocado, afirma Linda. Ela ligou para Michelle na sexta-feira pedindo que ela fosse buscar o filho.

"Essa foi sua terceira infração. Acredito que fomos extremamente pacientes", disse a diretora na terça-feira.

Michelle disse que acatou a decisão da escola e que não vai solicitar uma audiência com as autoridades escolares da região para questionar a suspensão. Ele afirmou que vai matricular o filho em outra escola e que cortar o cabelo de Ruda não é uma opção.

"É algo que ele realmente gosta. Quando as pessoas ouvem que ele tem um cabelo moicano pensam que é algo espetado com aspecto de louco. E na verdade não é nada disso."

Fonte:http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI2643569-EI8266,00.html

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

The Ramones - os pais do punk rock

Hoje eu tava conversando com uma ramona da minha escola, resolvi então públicar um post em homagem os pais do punk rock.

The Ramones
Quatro garotos de Nova York, crescidos na década de 60 em meio a uma explosão de bandas de rock, como The Who.
A maioria das bandas favoritas dos Quatro rapazes já não existiam mais, os Beatles ja estavam separados, e Lenon estava mais preocupado em salvar o mundo. Jim Morrison e jimi Hendrix estavam na fila para jogar ping-pong no céu, o que existia agora era um rock com solos intermináveis, cheios de firula e raio-lazer.
Era uma época realmente bem estranha, principalmente para quem havia crescido nos anos 60. Foi aí que os Ramones entraram em cena.


O mundo nunca tinha visto nada parecido com isso, músicas que duravam no máximo 2 minutos, tocadas do jeito mais rápido possível, sem solos de guitarra, e com quatro caras que... bem... se ninguém os conhecesse era capaz de achar que fossem alguma gangue de delinquentes. As jaquetas de couro, os cabelos estranhos e um vocalista de 1;98 de altura, todos com os instrumentos abaixo da cintura e imendando uma música na outra, ninguém entendeu nada, mais tinham certeza que aquilo era bem legal.
Depois de uma turnê pela inglaterra os ramones deixaram uma legião de fãs no velho mundo, inspiraram a maioria dos jovens a formar uma banda.

Fonte:Desvendando o movimento Punk

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Punk 77 e a ideologia política

Quando o punk começou a mostrar um novo modo de fazer rock’n’roll, mais simples, mais direto, a idade de seus representantes não passava de 20 anos e era muito complicado ser jovem e rebelde durante um período militar de repressão intensa - qualquer atividade que saísse da normalidade imposta, era considerada subversiva e perigosa. Por Ariel



O PUNK DE 77 E A IDEOLOGIA POLÍTICA


O Movimento Hippie saía de cena por não compactuar com esse modo de sociedade, autoritária e careta, e decidiu se afastar dela, criando comunidades rurais e praianas, onde pudessem viver em paz, desapegados dos bens materiais, capitalistas e consumistas, deixando um vácuo que seria ocupado por um movimento novo, mais urbano e mais disposto a lutar pelo espaço em que vivia o Movimento Punk.
O Movimento Punkento Punk!

Em princípio, nada de política, de esquerda ou de direita, habitava o universo desse movimento, que era apenas musical, mas por questões que envolviam uma luta contra o autoritarismo e a repressão, que estavam impostos no país desde 1964, os garotos mostravam uma disposição de continuar o que haviam começado e não abriam mão de seus novos valores, mesmo que para isso fossem buscar no niilismo e na prática anarquista inconsciente uma forma de se manter em movimento - até porque a condição era de luta de classes e estávamos do lado de cá do rio, então, como não se envolver, mesmo que indiretamente?

Havia muita agitação política, vinda principalmente do sindicalismo e do movimento estudantil, que estava na clandestinidade, mas que enfrentava junto com os sindicatos dos trabalhadores a ditadura implantada. No final dos anos 70, os grupos revolucionários armados já haviam sido dizimados pelos governos militares, com ajuda logística norte-americana.

Lembro da greve dos bancários, que criou uma verdadeira praça de guerra no centro de São Paulo em 1977, com cadeiras de gerentes voando pelas janelas e vidros quebrados por toda parte, fazendo um verdadeiro caos na cidade. Eram manifestações relâmpago, urbanas, pois os grandes bancos estão concentrados no centro da capital paulista. Nas portas das grandes metalúrgicas também se fazia muita agitação, principalmente por sindicatos livres e não só pela campanha salarial, como era de costume.


Nas universidades e nas escolas secundaristas também aconteciam greves, onde os estudantes apoiavam a luta dos professores por melhores condições de ensino, por liberdades democráticas e pela reconstrução da UNE (União Nacional dos Estudantes) e UMES (União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas).


Bem, diante desse quadro de muita luta contra a ditadura e contestação dos valores burgueses, seguíamos fazendo nossas paradas, organizando sons, pesquisando sobre essa nova onda musical que surgia, ocupando as ruas com estilo próprio e tentando curtir Rock’n’Roll numa cidade cheia de preconceitos, mesmo não nos envolvendo diretamente nessas manifestações, pois, apesar de sermos proletários, éramos direcionados para a alienação, desde a mais tenra infância. Éramos moleques da periferia, malcriados, briguentos e delinqüentes, vivíamos brigando com desafetos de outras gangues e sempre envolvidos em alguma treta com a polícia, que nos perseguia pelas quebradas, por pequenos furtos, pequenos tráficos, bebedeiras, brigas, desordem pública, estelionatos etc. A barra era realmente pesada.


Seguíamos procurando diversão e sangue - e era aconselhável, se você curtia rock e estava a fim de sair para agitar um som -, estar em alguma gangue, pois as ruas estavam infestadas de maldade, que certamente iria de encontro a você.


Foi complicado e extremamente rude esse começo do punk em São Paulo e apesar de certa incoerência por parte dos garotos punks da periferia, o estopim para um movimento mais radical estava aceso e era questão de tempo até que estivéssemos engajados nessas manifestações políticas. E isso realmente aconteceu nos anos seguintes.

Texto Escrito por: Ariel, 45 anos, músico punk (participou das bandas Restos de Nada, Desequilíbrio, Inocentes, atualmente na Invasores de Cérebros), anarquista militante dentro do grupo Ação e Anarquia, poeta e editor dos Cadernos da Sarjeta e colecionador de discos raros.

Fonte:http://www.portalrockpress.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=3099

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Começo do Fim do Mundo



1982 foi o ano em que o movimento punk explodiu em São Paulo. Era o lugar certo na hora certa. Aquele ano todo, desde o começo, com os punks recolocando a Galeria do Rock e o Largo de São Bento no mapa da mídia, São Paulo, uma das cinco maiores cidades do planeta (ao menos em densidade demográfica), e com lançamento do primeiro vinil punk brasileiro, o "Grito Suburbano", entre outros acontecimentos punks, 1982 fez o movimento explodir.




Tretas, desavenças e desacordos sobravam, mas também - e
sobretudo - muita união e fraternidade.
O país ainda sob o regime militar, e na ignorância da polícia e dos desinformados em geral, as forças punks se uniram, se fez notícia o tempo todo e o ano só podia culminar gloriosamente com o mais perfeito festival no gênero faça-você-mesmo até então realizado no planeta.



Nos dias 27 e 28 de novembro, no recém inaugurado SESC Pompéia, "O COMEÇO DO FIM DO MUNDO". O festival já impactava pelo título. Que profecia era aquela, que "fim de mundo" era aquele? A mídia queria saber. A mídia e o povo.


Conclamadas todas as bandas punks de São Paulo e do ABC, 20 bandas, o festival serviu também para apaziguar as rivalidades territoriais do movimento, rivalidade muitas vezes sanguinolenta. Este primeiro festival punk irá se tornar tão lendário na história da cidade e do punk quanto a dos cavaleiros da távola redonda na legenda arturiana.

Tretas, claro, no festival rolaram algumas - e bastante teatrais para que a polícia montada aparecesse para fazer seu número e a mídia sensacionalista manchetar, com destaque no Fantástico e nas primeiras páginas dos jornais. De resto, o festival e o movimento punk paulistanos foram notícia na imprensa do mundo inteiro. Mas o que deixou o pessoal lá fora perplexo e fascinado foi a imagem de que no Brasil os punks se entendiam, era de fato um movimento e com certeza fariam forte presença no fim do mundo pois se mostrara presença una e fortíssima no começo desse fim. 1982 foi o ano.
Fonte:http://www.portaldorock.com.br/ofimdomundo/ocomeco.htm

Mais um pouco da história do Punk no Brasil





Crescer em um pais como o Brasil durante os anos 70 realmente não era mole. Passava-se por um dos momentos políticos mais tensos da nossa historia, a ditadura militar, e haviam poucas informações circulando a respeito de temas referentes a cultura jovem em geral. Censura e perseguições políticas eram termos comuns para qualquer um.

Mesmo assim muitos garotos acabaram abraçando o rock mais radical da época, especialmente o hard e glam setentista de bandas como Black Sabbath, MC5, Iggy and The Stooges, Sweet, Dust, Pink Fairies, Kiss, entre outras.

A mudança definitiva veio quando uma publicação jovem, a Revista POP, começou a publicar reportagens sobre a emergente cena punk de Londres em 1976.

Uma parcela dos leitores antes fissurados nos velhos ícones do passado, viram uma luz no fim do túnel, ou seja, um novo estilo a seguir. Um ano depois a revista lança um LP coletânea chamado "A Revista POP apresenta o Punk Rock" (POP Magazine Presents the Punk Rock"), com Ramones, Sex Pistols, The Jam, London, Eddie and the Hot Rods, Ultravox, Stinky Toys, Runaways, etc.

Foi ai que tudo realmente começou. Pode-se dizer que muitos dos caras que ouviram esse LP seriam futuramente responsáveis por montar as primeiras bandas de punk rock e hardcore no Brasil.

Entre 1977 e 1978 um punhado de gangues punks já circulavam pela Grande São Paulo, e formam a base do que estaria por vir. As primeiras informações do exterior começam a pipocar graças a Wop Bop, pioneira loja de discos, e que impulsionou o interesse desses jovens punks importando os lançamentos mais recentes. Além disso haviam os bailes em salões de rock, que movimentavam essas gangues e simpatizantes.

Após a influência inicial do punk rock inglês, os punks paulistanos pularam direto para bandas mais obscuras como Suicide Commandos, Speedtwins, Drones, Ratsia, F-Word, etc. Havia realmente um gosto pela obscuridade e pela luta que era descolar esses discos.

Em 1978 surgem as primeiras bandas: Restos de Nada, AI-5, Condutores de Cadaver e um pouco mais tarde o Cólera. Os shows rolavam em escolas, praças, salões de rock e no que mais pintasse.
Os pioneiros AI-5, uma verdadeira pérola Killed by Death brasileira.
Foto: arquivo pessoal.


Em 1980 a cena já tinha mudado. Foi quando o DJ Kid Vinil, um colecionador de discos e entusiasta do punk rock mundial, começou uma serie de programas de radio sobre punk e new wave. Com sua facilidade em viajar para o exterior e os contatos que alguns brasileiros também mantinham, houve uma abertura muito grande para o punk nacional.

É importante dizer que os punks paulistanos estavam em perfeita sintonia com o que rolava pelo mundo. Albums como "Damaged" (Black Flag), "Group Sex" (Circle Jerks), GI (Germs) ou os primeiros EPs do Discharge foram degustados aqui poucas semanas depois de serem lançados nos EUA ou Europa.

O Hardcore chega e influencia definitivamente a cena nacional. O Brasil inicia ai uma bem sucedida rede de informações com a Europa (principalmente com a Finlândia, Alemanha e Scandinavia), alem dos EUA e outros paises.

Fabio R. Sampaio, então vocalista do Olho Seco, foi outra figura importante tanto com a loja Punk Rock Discos (que também se tornaria um selo) como aglutinador de todas as bandas e pessoas envolvidas na época.

Muitas bandas surgem entre 1980-81: Lixomania, Ulster, Ratos de Porão, Suburbanos, Hino Mortal, M-19, Fogo Cruzado, Inocentes, Guerrilha Urbana, Juízo Final, etc. Essa geração estava ligada aos shows itinerantes chamados Grito Suburbanos.

Foi ai que Fabio teve a idéia de lançar uma coletânea, agrupando Cólera, Inocentes e sua banda, o Olho Seco. Esse LP, um álbum pioneiro e corajoso, é considerado até hoje o disco mais importante da cena brasileira, pois abriu portas para shows, fanzines, exposições, etc. É realmente o marco zero.

1982 foi um grande ano para o punk no Brasil, pois foi quando se sucedeu um enorme festival em São Paulo chamado "O Começo do Fim do Mundo", que reuniu quase 20 bandas, 3000 punks e foi interrompido pela policia no segundo dia de shows, que invadiu e causou um quebra-quebra com os punks. Esse festival foi o ponto alto dessa geração.

Depois do festival, a cena deu uma esfriada geral, pois a violência entre as gangues era forte e poucos shows aconteciam. Mesmo assim, discos importantes saíram nesse meio tempo: a coletânea SUB e os compactos do Lixomania, Inocentes e Olho Seco.

Entre 1983-84 surgem bandas como o Lobotomia, Armagedom, Estagio Zero, Ruídos Absurdos, Brigada do Ódio, entre outras. A Punk Rock Discos vira New Face Records. Surge a Ataque Frontal Discos.
O Lobotomia ao vivo no Lira Paulistana com sua formação original em 1985.
Foto: arquivo pessoal.


Esses dois selos ficariam responsáveis por lançarem a maioria dos discos da segunda metade dos anos 80. Exemplos disso são o LP do Lobotomia (lançado pela New Face em parceria com a banda) e os albums do Cólera,pela Ataque Frontal.

Em 1984 é lançado “Crucificados pelo Sistema”, álbum de estréia do Ratos de Porão, e o primeiro disco de hardcore da América Latina.

Nessa época a maioria das bandas pioneiras acabam ou tomam rumos diferentes entre si. O RDP cai nas graças do crossover gringo, se aproxima do Sepultura e migra para a cena metal brasileira. Inocentes acaba e volta com uma nova formação e sonoridade próxima ao pós-punk e o rock nacional,. Além deles, seguem o Cólera, Olho Seco e Garotos Podres, encarando novas fases.

Entre 1986 e 1990, a cena punk já estava espalhada por todo o país de norte a sul, concentrando-se principalmente no intercambio através de cartas, trocas de fitas K7 e zines. Isso realmente sustentou a cena por anos a fio, pois os shows eram raros. Era uma época difícil e conturbada.

Mesmo assim, ótimas bandas surgem nesse período: Republika, Necrópole, Skarnio, Pupilas Dilatadas, Pakdermes, Psychic Possessor, Atack Epileptico, entre muitos outros.

Junto com o Grinders e o Pakdermes, o Necrópole formava a tríplice aliança do skate-punk nacional. Foto: arquivo pessoal.

Chega a década de 90 e uma nova cena se forma. O thrash metal e o rock alternativo estavam no ápice, o que atraiu o interesse de muita gente por música underground e desencadeou um interesse posterior pelo punk/hardcore também.

O Ratos de Porão, experiente em lidar com todos os altos e baixos, começa suas primeiras tours à Europa, tocando em squats, youth centers, clubes e festivais. Assim como o Cólera fez na heróica European Tour` 87, o RDP se firma como nome de ponta e passa a fazer esse circuito anualmente.

A cena segue timidamente no início dos 90. Bandas como No Violence, Safari Hamburguers, Personal Choice, Abuso Sonoro, Rot, e muitas outras seguram os alicerces do hardcore brasileiro e pavimentam um novo caminho.

Por volta de 1995 a cena começou a tomar a cara que tem hoje. Surgem muitos selos, fanzines, festivais e os shows passam a serem freqüentes, atraindo públicos segmentados ou não. A partir dessa data, inúmeras bandas internacionais começam também a excursionar por aqui, mantendo fielmente o intercambio iniciado lá no comecinho dos anos 80.

Hoje a cena punk/hardcore no Brasil passa por uma de suas melhores fases, com shows e festivais acontecendo simultaneamente em diversas regiões. A diversidade de estilos e a extensão geográfica do pais continua gerando muitas e muitas bandas e praticamente cada região do Brasil tem uma cena local.

Graças aos inúmeros esforços de todos os participantes dessa cena, o Brasil continua sendo uma referencia impar no hardcore mundial, com suas características e musicalidade sempre revistas e renovadas ano a ano.

Fonte:Revista DOLL (Japão) nº244 - novembro de 2007.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Punk Rock e suas vertentes




Como qualquer estilo de música, o Punk teve as suas alterações, com sua evolução a demarcar certas vertentes dentro do próprio estilo. Dentre elas estão:

Street Punk: surgida no final da década de 1970 na Inglaterra, foi uma das primeiras reações britânicas ao surgimento da New Wave, e é caracterizada por estilo de música, moda e postura própria relativas à cultura de rua, dai o nome de “Street Punk”.
Na época, enquanto bandas como Sex Pistols, Generation X e Buzzcocks se popularizavam, começaram a se transformar em produtos nas mãos de empresários, e daí, surgiu essa corrente dos “verdadeiros punks” que tinham como missão fazer com que o som feito pelos punks fosse realmente à voz das ruas.

Foi base para o surgimento das vertentes “Oi!” e “Anarcopunk” que com a decorrência do sucesso delas foi meio esquecida e só voltou a ser popular no começo da década de 90.
Os punks, de modo geral, aproximam-se do anarquismo devido ao seu modo de ser, de negar e combater o autoritarismo, as fronteiras e os preconceitos impostos, porém os anarcopunks assumem a política anarquista e seus modos de ação e organização, assim como seus princípios.
Em reação ao modismo, surgiu a ética punk do “Do It Yourself” ou “Faça Você Mesmo”, um slogan popular do movimento é “DIY not EMI”, que representa uma rejeição a uma grande gravadora (EMI) no caso.


Hardcore Punk: Hardcore, no contexto punk, refere-se à cena surgida através da segunda onda do punk, no começo da década de 80. Caracterizaram-se por tempos extremamente acelerados, canções curtas e letras baseadas em protestos políticos e sociais, cantadas de formas agressivas.
Algumas das primeiras bandas desta cena foram Black Flag, Midlle Class, The Adolescents, Minor Threat, Suicidal Tendencies, Circle Jerks, Bad Brains e Dead Kennedys..
Horror Punk: É um estilo musical que mistura a essência sonora do punk com imagens ditas como "pesadas", ou até mesmo assustadoras, contendo uma forte presença do Gothic Rock e Death Rock.
Tudo começou com a banda chamada Misfits, em 1977. No Horror Punk, a fórmula essencial é misturar músicas rápidas bem compostas que falam sobre filmes de terror (Horror Movies).

Ska Punk: é parte da terceira onda do Ska, onde o Ska e o Punk foram combinados pela primeira vez durante um movimento chamado “Two Tone”, no final da década de 70, com bandas como The Specials, The Selecter e The Beat, atingindo o auge da popularidade no fim da década de 90, tendo como principais bandas o Sublime.A instrumentação básica do estilo inclui guitarra, baixo, bateria, saxofone, trompete e trombone.

Punk's Not Dead (Punk dos anos 80) Positive Punk (com existência praticamente nula), Synth Punk, Crust Punk, Cowpunk, R&B Punk, Punk de Garagem e mais milhões de vertentes e subgêneros que se formaram e vem se formando e evoluindo com influências do Punk Rock.

Fonte:http://kickthejukeboxx.blogspot.com/2009/06/lounge-ktj-punk-rock-e-suas-vertentes.html

sábado, 11 de setembro de 2010

Não Vote em quem suja as vias públicas.

Punk Periferia

É gritante o nível de politização dos punks/anarquistas dessa época(e olha que não tinha tanta informação).. diferente de hoje dos jovens que têm a faca e o queijo na mão (tudo mais fácil) .. e não usufrui.

Abraço pro Cipriano Pobreza
Mandou muito bem.
Uma lição pros Punk's mais jovens

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Punk Rock Gospel ? WTF!

Eu no meu humilde lazer aqui no quarto, escutando um Fogo Cruzado, um Restos de Nada, de repente eu me deparo com algo muito estranho no orkut; Punk Rock Gospel.
Todos os estilos de Punk, creio eu, inclusive o anarco sempre tiveram uma oposição ideológica as religiões e ao cristianismo.
eu já sou total contra rock gospel. Punk gospel então é inaceitável, é o que eu penso.
A igreja se não bastasse já ter levado vários ‘’rockeiros’’ através do White Metal, agora querem alienar e doutrinar um dos poucos grupos remanescentes na musica que são contra essa porcaria de religião.
Pensem o que quiserem, eu não considero alguém que escuta gospel um punk, ou uma banda que faz um som gospel uma banda punk.
Porra, imaginem um bate-cabeça tocando musicas falando ‘’Deus ama todos nós’’
Ah, não fode porra!
Sinceramente não consigo imaginar uma porra de um Punk/HC Gospel.
Espero que essa merda não dure muito.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Serviço Militar o KCT

O alistamento obrigatório é o ridículo do absurdo, isto simplesmente fere nossos direitos como cidadão e a nossa liberdade.

Porque no Brasil? Já que o país possui um dos menores efetivos militares mundiais e a maioria dos conscritos são voluntários?


Este posicionamento não significa objeção à existência do serviço militar, e sim especificamente ao fato do alistamento ser obrigatório. Posiciono-me igualmente contra a existência de um serviço civil alternativo que também seja obrigatório. Por definição, trabalho escravo é todo aquele exercido contra a vontade do trabalhador, ou por remuneração imposta, não negociável. Serviço militar obrigatório, serviço civil obrigatório e também trabalho compulsório como mesário em eleições configuram pura e simplesmente trabalho escravo, inconstitucional e imoral. Assim, no Brasil, O TRABALHO ESCRAVO É OFICIALIZADO.

Patriotismo ? Nacionalismo ?

Para que serve esta merda ?
Sua bandeira põe comida na sua geladeira ?
Saber o hino nacional te garante um emprego ?
O amor ao Brasil paga seus impostos ?
Se o país é de todos por que muitos não tem onde morar ?
Nacionalismo é idiotice.

Pelo internacionalismo, por um mundo sem bandeiras.

domingo, 5 de setembro de 2010

História do Punk (Mundial)

No meu post anterior eu escrevi sobre a origem do movimento no Brasil, agora vamos falar sobre o inicio do movimento Punk no Mundo.
O texto é grande mais é legal.

''O punk surgiu na década de 70 na Inglaterra. No começo, as bandas tocavam punk rock, estilo que confrontava o som da época: o heavy metal, o pop e outros, onde o público apenas apreciava de longe e não tinha contato com os músicos, pois não passavam de estrelas (popstars). Citam-se bandas como Deep Purple, Pink Floyd, Yes, Black Sabbath, Led Zeppelin e outras, que tinham músicas muito trabalhadas e letras viajantes, fora da realidade que o público vivia. Principalmente, na época da guerra fria e da queda do movimento hippie, que exigia nas ruas o Paz e Amor, enquanto os punks surgiam gritando o caos que enfrentavam e diziam "No future".



O punk quebrou o som feito pra vender, criando algo de poucos acordes e letras da realidade pobre de jovens desempregados e sem futuro. Criticavam o governo, a educação, os políticos, os impostos, a pobreza, o desemprego, a falta de perspectiva e outros problemas. Contudo, bandas como Sex Pistols, criadas para a moda e vender roupas de fetiche de Malcolm McLaren, chamavam a atenção das grandes gravadoras, sedentas de dinheiro deste novo som, feito por "drogados e garotos suburbanos". Acarretando em pouco tempo, uma imagem ruim do que o punk real transmitia, onde muitos foram cooptados para virarem ícones, sifras para gravadoras e até para filmes. Mas os Sex Pistols foram sinceros ao lançarem um play minimalista chamado "Sex Pistols: A grande farsa do rock and roll".

Punk é uma gíria para podre, madeira ruim, o que não presta. A origem do termo é difícil de dizer, inclusive o escritor William Shakespeare cita "punk" em uma de suas obras, nota-se então, como ele é antigo.

A década de 70 passava, enquanto bandas como Ramones, The Clash (considerada traidora porque fez um comercial para uma multinacional de jeans) e outras, caíam na mídia enquanto outras fugiam do punk que estava sendo sugado pela discoteca, tendo o filme "Embalos de Sábado à Noite" como um marco para a queda do punk rock moda, pois as gravadoras tentavam tirar a criatividade e a espontaneidade do subúrbio pobre de jovens que montavam bandas em cada esquina, para se entregarem às danceterias.

A década de 70 ainda trouxe os fanzines punks, sendo iniciado por >Sniffing Glue< (Cheirando Cola), onde mostrava que você é capaz de fazer todo seu material sem precisar comprar revistas idiotas, camisas de lojas e pagar caro por discos e fitas. Assim, criou-se o lema DIY (Do It Yourself - Faça Você Mesmo).

A CRASS foi uma das mais importantes bandas DIY da Inglaterra, mostrando que o punk politizado e anarquista era possível, que confrontar o Estado e suas vertentes, já estava na hora. Ela causou um impacto terrível ao Reino Unido, sendo alvo de pauta de discussões no governo inglês que diziam: "Crass é um perigo. É uma das piores coisas da Inglaterra!".

Anos 80
A década de 80 trouxe um novo punk. Para as bandas não terem seus sons sugados pelo capitalismo, precisavam de um som mais raivoso que o punk rock, hoje taxado de Punk 77 (punks que ainda curtem sons como The Clash, Sex Pistols, Sham 69, Ramones, Television, Vibrators, The Jam, Uk Subs e outras). Surgia assim o HARDCORE.

O HC relaxava o punk rock, sem discriminar. O hardcore sendo um som mais direto, batidas rápidas e letras mais politizadas e contestadoras, foi um novo marco para o movimento que andava cambaleando desde 1978. Gritavam no mundo "Punk´s not dead!" (Punk não está morto!). Na Inglaterra surgiram bandas como The Exploited (O Explorado), Varukers, Discharge e outras que até hoje existem.
Nos USA, Dead Kennedys foi uma das bandas que mais marcaram época. Com letras críticas e ácidas ao governo, à polícia e a forma americana de viver e explorar, levou um processo judicial por causa de uma capa de disco. Além disso, criaram um "hino" chamado "Nazi Punks, fuck off!", uma música contra o Exploited, seus inimigos declarados. Depois do término da DK, o vocal Jello Biafra montou o selo Alternative Tentacles, fez uns discos de poesias e discursos antifascistas gravados em palestras nas universidades para arrecadar fundos pro processo. Ainda montou a banda LARD.
Outras bandas americanas de HC citamos o MDC, Agnostic Front (que virou nazi), SOD (um projeto do Nuclear Assault), Crucifix, DOA e muitas outras. Entre os novos zines estavam a revista Maximum Rock'n'roll (que foi boicotado pelos punks, por tratá-la como ditadora da postura punk).

Na Europa, o berço veio nos países escandinavos (Finlândia, Suécia e Alemanha), tendo bandas como Crude SS, Anticimex, Amebix, Rattus, Terveet Kadett, Rovsvett, Lama, Ristetyt, etc.

No Brasil, muitas bandas surgiram nesta época. Ratos de Porão, Olho Seco, Cólera, Kaos 64, Desordeiros, Brigado do Ódio, Inocentes, Estágio Zero, Hino Mortal, Armagedom, WCKaos e outras, muitas punk rock (Extermínio, Psykóze, Azilo Militar, Fogo Cruzado e etc). No Nordeste surgiam Karne Krua, Discarga Violenta, Amnésia, Fome, Estrago, Deliquentes, Condenados, AI-5, Disunidos, CU.S.P.E., HC-3, Terroristas, Grito Suburbano e outras. Infelizmente, muitas destas bandas não existem e apenas Amnésia, Discarga Violenta e Cuspe continuam na cena alternativa. A DV recentemente acabou mas lançou sua discografia completa.

A década de 90, teve muitas bandas dos anos 80 que foram sugadas pelo mercado ou largaram o movimento punk, vivendo apenas do nome que na cena criou. Inocentes entrou ainda na déc. de 80 para uma grande gravadora. Ratos de Porão não é preciso nem falar, se entregaram de corpo e alma ao consumismo. Olho Seco é distribuído por um selo que distribui bandas nazistas na Europa.
Entre os zines conhecidos da década de 80 no Brasil, existia o ES-Punk, Buracaju, Grito Punk, 1992 (do Cólera, que possuía a gravadora Estúdios Vermelhos e Ataque Frontal) e outros. Apenas o Grito Punk existe e hoje está virando revista punk anarquista.

Com muitos grupos brasileiros na década de 80, o Maranhão possuía o MPS (Mov. de Protestos Suburbano) e na déc. 90, o MAP (Mov. Anarcopunk) que virou a ULMA (União Libertária).

Década de 90

Os punks mudaram muito e evoluíram. Mais uma vez o famigerado mercado sonoro abocanhou o hardcore e bandas falsas no movimento ou que usavam o estilo como Raimundos, DFC, Os Cabeloduro e outras bostas, faziam letras bobas, sexistas e machistas, por integrantes que nada tinham a ver com a cena. Por outro lado, o movimento punk havia se distribuído no Brasil inteiro.

Confrontando o HC comercial, muitas bandas aderiram ao grindcore, um som sujo, rápido e sem a mínima intenção de agradar. Curte quem gosta. Como também surgiu o crustcore, som influenciado principalmente em Discharge, Terveet Kadet e outras finlandesas. Há também o loadfast, ou melhor, a total antimúsica feit apor quem não sabe tocar ou faz por gostar (como eu). Citamos a 7MON (7 Minutos de Náusea), que chega a tocar 365 sons em 19 minutos e Sore Throat com uma zoada total.
O movimento anarcopunk surgiu para incentivar mais a atitude punk como real, atacando não só musicalmente, mais as estruturas sociais que causam problemas e miséria no mundo. O anarcopunk sai para criar novas saídas diretas, preocupados com a conscientização, conta a homofobia (discriminação homossexual), xenofobia (discriminação a outros lugares, regiões, países), o armamento militar e policial, à violência urbana, a alienação da TV e da mídia, o racismo, a política profissional, a educação alienante, o capitalismo e a fama e tantas outras merdas.

Muitos são contra os anarcopunks por sua postura direta. Mas, eles estão procurando se organizar em encontros regionais, nacionais e internacionais, ações diretas, organizações de grupos e atividades culturais, sociais e beneficentes. Buscam uma forma de viver sem o estado e de maneira fraterna e libertária.

A cena atualmente possui diversas distros, bandas, zines, ocuações (squats) grupos e se organizam em encontros regionais e nacionais, inclusive um internacional em Salvador. Isso mostra que a cena punk está firme e trabalhando o que sempre propôs nas décadas anteriores.

O punk é muito mais que visual. Ele é real. Uma ameaça constante. ''

FONTE:http://www.gritopunk.hpg.com.br/art_historiapunk.htm

Origem do Punk no Brasil

A primeira pessoa(não me pergunte quem) a ter um LP dos Ramones no Brasil foi um cara de Brasília, mais o movimento não nasceu em Brasilia como alguns dizem, o movimento nasceu na periferia de SP na metade da década de 70, o pessoal do DF que conhecia Sex Pistols, Ramones, The Clash eram os filhos de aristocratas que tinham amigos ou viajam para europa, mais porra, filhinho de burgues revoltadinho não cria movimento punk nem no Brasil nem na puta que paril.
Em Brasília, o punk rock chegou por volta de 1977, através de filhos de políticos e embaixadores que trouxeram do exterior álbuns de bandas de punk rock que estavam nas paradas inglesas da época.
Voltando ao assunto do LP dos Ramones em Brasilia; o cara pode escutar Ramones e não ser punk, como o Clemente(inocentes) disse em um documentário:''eu quando tinha sei la quantos anos já escutei forró, mais eu não sou forrózeiro.. haha''

O movimento surgiu mesmo na Zona Norte de SP, ali pelas bandas da Vila Carolina(Carolina Punk), na Freguesia do Ó.
Dalí surgiram as primeiras bandas punk do Brasil como:Restos de nada, Ai-5, Condutores de Cadáver, Inocentes...

Farça sobre Torcida Organizada

Esse post sobre torcida organizada é para derrubar mais um mito da manipuladora, falsa, sensacionalista e tendenciosa midia nacional(mundial)
a farça sobre torcedor organizado ser vagabundo.
Ai vai ele:

''Marginais. É assim que muita gente enxerga quem participa de torcidas organizadas de futebol, especialmente se no jogo houve alguma briga, tumulto ou morte. É mais fácil imaginar que sejam vândalos, bárbaros, do que se confrontar com uma realidade que pode surpreender: talvez sejam gente comum. É o que constata em trabalho inédito a pesquisadora da Faculdade de Educação Física da Unicamp Heloisa Reis. “Os resultados põem por terra a generalização de que torcedores organizados são vadios.”

Para chegar a essa conclusão, a coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas de Futebol fez um perfil minucioso do torcedor organizado. O trabalho, a que CartaCapital teve acesso, será concluído em setembro e pesquisou 813 filiados da maior torcida organizada de cada um dos três principais times da capital paulista (Corinthians, São Paulo e Palmeiras). Além de informar as características sociais, eles opinaram sobre as causas da violência dentro e fora dos estádios. Interessada nesse tema, Heloisa pesquisou apenas o gênero e a faixa etária dos principais algozes e vítimas de atos violentos – homens entre 15 e 25 anos.

Em vez de pobres marginalizados, encontrou rapazes instruídos, de famílias estruturadas. “Os torcedores organizados têm bom nível educacional, moram com os pais e, além disso, têm noção da própria responsabilidade nos acontecimentos violentos”, expõe Heloisa. O próximo passo será pesquisar todo o País. Conhecer a fundo o torcedor é, segundo a pesquisadora, indispensável para enfrentar a violência de forma eficaz. “Na Europa, as mudanças partiram desse diagnóstico.”

Para o ministro do Esporte, Orlando Silva, os resultados reforçam a convicção de que não faz sentido marginalizar o torcedor organizado. “São grupos legítimos com quem o Estado precisa dialogar cada vez mais”, disse à CartaCapital. O ministério financiou o estudo.

Apesar de cores e hinos diferentes, a condição social e as opiniões de palmeirenses, são-paulinos e corintianos são muito parecidas. “As informações se repetem independentemente do time”, diz Heloisa. E morre outro clichê: o de que existem torcidas da elite e outras mais carentes.

Aos dados.O torcedor organizado é solteiro (94%) e católico (62%). Vai ao estádio sempre (40%) ou muito frequentemente (45%) – mesmo que a partida seja televisionada. Neste caso, o faz pela emoção do estádio (52%), por amor ao time (30%) e para torcer em grupo (12%). A maioria trabalha (61%) ou estuda (27%), onde 9% não informou a ocupação e 3% está desempregada, menor que a taxa brasileira, de 8,1%. (Clique na tabela acima para ampliá-la)

No entender desse torcedor, há dois principais motivos para a violência. Em primeiro, fatores ligados ao adversário (rivalidade, fanatismo e provocações), com 31,5% das respostas. Em seguida, com 30%, fatores ligados à própria torcida (falta de educação, vir para brigar, estupidez).

Outros 19,5% dos entrevistados creditam a violência a fatores externos (polícia violenta, mídia, desempenho do time, diretoria dos clubes, falta de estrutura e impunidade). Apenas 6% consideram que o consumo de drogas e álcool leva à violência, enquanto 5% a consideram um reflexo da sociedade, dissociado do futebol.

Heloisa vasculhou em detalhes a contribuição dos jornais, rádios e televisão para o problema. Para 47% dos entrevistados, a mídia estimula a violência ao explorá-la (incentivam a rivalidade, provocam torcedores,- buscam ibope). Para 17%, a mídia contribui ao estigmatizar as torcidas (mostra só o lado ruim, chama de vândalos). Uma proporção parecida, 18%, discorda: considera que a mídia incentiva a paz e mostra a realidade. E 14% criticam a manipulação da informação pela imprensa.

Recentemente, o Brasil foi apontado como líder do ranking de mortes ligadas ao futebol pelo sociólogo Mauricio Murad, da Uerj e da Universidade Salgado Oliveira. Ele contabilizou 42 óbitos de torcedores em conflitos dentro ou próximo a estádios de futebol nos últimos dez anos. Em pesquisa semelhante, Heloisa Reis (em parceria com a Universidade de Amsterdã) contabilizou 35 vítimas de homicídio no mesmo período.

Os números não batem por diferenças na metodologia e na data exata da contagem. Mas, ao contrário do colega, Heloisa discorda que o Brasil lidere um ranking. “Afirmar isso é temerário e perigoso. Não há levantamentos mundiais confiáveis e, além disso, uma divulgação desse porte pode maximizar um problema já grave e atrair jovens violentos para o futebol”, alerta. Ela diz que a mídia inglesa, ao difundir o vandalismo nos estádios nos anos 1980, só fez aumentar a violência. A tese faz sentido. Tanto que, hoje, na Europa, nem mesmo invasões de campo são mostradas na tevê. Sem repercussão, tendem a diminuir.

Para Murad, mais importante do que constatar a violência é como a sociedade reagirá a ela. E considera exemplar o caso da Argentina. “Basicamente, nos últimos três anos, eles apertaram a legislação, punindo não apenas torcedores como dirigentes (de clube e de torcidas) que incitassem a violência, fizeram campanhas educativas na mídia e controlaram o consumo de álcool.”

Essas medidas são inspiradas no que funcionou na Europa (Itália e Inglaterra) para diminuir o problema. A elas deveriam se somar, segundo Heloisa, a melhora na venda de ingressos, ampla divulgação do Estatuto do Torcedor, a atuação do Procon e do MP, um código de ética para a mídia divulgar violência, a mudança do horário das partidas para no máximo 19h30, a criação de comissões estaduais e a retomada da Comissão Nacional de Prevenção da Violência (criada em 2004 e estagnada), além de uma polícia especializada em eventos esportivos. “Isso deveria ser feito antes de 2014, mas não acho que ocorrerá”, hesita a professora.
O ministro Orlando Silva se diz ciente da “gravíssima” situação da violência no futebol. Menciona a padronização das normas técnicas dos estádios como um avanço (deve vigorar no Campeonato Brasileiro de 2010) e diz que o Ministério da Justiça começou a treinar policiais militares especialmente para lidar com torcedores. É pouco, tardio, mas um começo. ''