sexta-feira, 8 de abril de 2011

Os Anarquistas e as suas tarefas HOJE

(ESSE É UM RECORTE DO COMUNICADO 01 DA UNIÃO POPULAR ANARQUISTA DE 2004 QUE AINDA É VALIDO EM TOTALIDADE para quem atua de fato nos sindicatos,locais d estudo e moradia no campo e na cidade)
Tendo em mente tal análise da conjuntura, enquanto anarquistas, devemos ter uma posição clara frente à ela e (sabendo das atuais limitações impostas ao campo revolucionário) delimitar as principais tarefas. Podemos dizer que antes de determinar tais tarefas, é preciso estabelecer o critério fundamental que orienta os anarquistas e que deve orientar a ação de todo militante sinceramente devotado a causa do povo.
O primeiro critério que temos em mente é que a ação anarquista se orienta necessariamente pelas questões colocadas no campo da luta política. Qualquer crítica que tenhamos a determinadas idéias (sejam governistas ou oportunistas) nunca pode nos colocar do lado dos interesses da burguesia e contra os interesses do povo, ou seja, não pode nos levar a fazer nada que enfraqueça os meios que o povo encontra de se defender dos ataques da burguesia. No Brasil de hoje isso significa que temos de saber nos posicionar no campo político contra as reformas do Governo Lula (Sindical, Trabalhista e Universitária) e contra o reformismo, mas sem se deixar confundir com a política burguesa e contra-revolucionária, qualquer que seja sua retórica. Devemos apoiar incondicionalmente as greves, as ocupações rurais e urbanas e as lutas estudantis, indígenas e etc.
Devemos ter em mente que o critério de avaliação de uma força política, deve ser sempre sua presença junto ao povo (suas organizações e lutas), da onde vem seu poder e legitimidade. Este critério é aplicado a todos, inclusive aos anarquistas e demais revolucionários. Neste sentido, devemos estabelecer nossas tarefas mantendo a intransigência revolucionária, o que significa defender as conquistas e direitos materiais do povo hoje sem abrir mão de nosso programa socialista revolucionário. Mas isso sem incorrer em sectarismos: É como diz Fabbri: “Sempre que os socialistas se empenham numa luta, ainda que parcial, contra o capitalismo e contra o governo, por melhoras imediatas, por uma diminuição da exploração e da opressão, por um aumento do bem estar e da liberdade, estão seguros da solidariedade dos anarquistas no terreno da ação direta popular e proletária. Tanto mais nos solidarizemos ao seu lado e a vanguarda, quanto mais cheguemos ao terreno da luta em um conflito contra o capitalismo e o estado.” (Luigi Fabbri, Ditadura e Revolução). Fabbri, apesar de uma posição teórico-ideológica ecletista, soube perceber claramente como os anarquistas deveriam se comportar diante do reformismo republicano e socialista no início do Século XX. O mesmo raciocínio devemos aplicar hoje.
Podemos dizer que existem dois objetivos fundamentais a serem cumpridos pelos revolucionários na atual conjuntura: 1) destruir o governismo no movimento popular, ou pelo menos enfraquece-lo bastante; 2) desgastar a via reformista, ampliando então os espaços de influência do campo revolucionário, através da defesa da estratégia da ação direta. Neste sentido, devemos promover no campo do movimento popular, a maior unidade possível, no sentido de combater o governismo e desgastar o reformismo.
Aos muitos militantes independentes dizemos que é importante também ao fazer a crítica do reformismo e da burocracia, não cair no seu oposto, no espontaneísmo. A burocracia e o espontaneísmo são gêmeos siameses; um surge onde outro é dominante. Ambos tem funções desorganizadoras e favorecem o individualismo e o enfraquecimento da discussão, decisão e mobilização coletiva. O anarquismo é a alternativa a burocracia e ao espontaneísmo, ao reformismo e revolucionarismo autoritários e ao liberalismo burguês.
Podemos dizer que hoje a estratégia é, mesmo em pequenos grupos isolados, sabendo qual é nosso inimigo (e qual nosso objetivo principal no momento e nossas forças para alcança-lo), ataca-lo e desgasta-lo independentemente da existência de uma coordenação geral. A posição política UNIPA pode ajudar tais grupos e indivíduos isolados a identificar e combater o inimigo de hoje (o governismo) sem esquecer do inimigo principal (o capitalismo) e sem se deixar levar para o campo do reformismo (pelas ilusões do oportunismo de direita e esquerda) e do liberalismo (pelas ilusões do espontaneísmo e individualismo pequeno-burguês).

TEXTO INTEIRO SEM CORTES NO LINK:
http://www.uniaoanarquista.org/hpunipa/comunicados/c01_crisegovernismo.html

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